Pinq

São Paulo, 2020

Processos

PINQ

Uma construção preta no bairro do Itaim-Bibi, em São Paulo, abriga dois restaurantes japoneses que, embora compartilhem o cardápio e operem em parceria, têm propostas bastante diferentes. A unidade do térreo, onde o preto predomina também nos interiores, em tudo contrasta com o Pinq, que projetamos no andar superior. Enquanto o primeiro é completamente aberto à calçada, o Pinq tem acesso discreto junto à divisa lateral. Ao abrir a porta, o que se vê é um pequeno hall e escadas, inteiramente recobertos por grafitti; no alto, um patamar, e alguns degraus à direita afinal o restaurante: um ambiente banhado por uma luz pink que tinge móveis, piso, teto e paredes igualmente, em nuances que vão do rosa ao lilás. O sushi bar, na quina do salão de formato “L”, organiza naturalmente o espaço em dois ambientes, com mesas e cadeiras dispostas ao longo de sofás fixos junto às paredes – mas isso somente até as 23h. Finalizado o jantar é hora de rebaixar a luz, abrir a mesa do DJ escondida atrás de um balcão ripado, e recolher mesas e cadeiras de modo a transformar o restaurante numa disco. Com o restaurante no térreo fechado, tudo o que se vê da rua é um pouco do hall grafitado, fracamente iluminado, e um som abafado pelo tratamento acústico dado às paredes (sempre cegas) do Pinq.